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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Triste realidade

Chove incessantemente.Bebo absinto para afogar as mágoas, ouço música para fugir a realidade, mastigo uma pastilha para enganar a fome.Visto-me com trapos velhos.Rodeiam-me cães (que como eu) davam a vida por uma casa acolhedora com carinho e amor, davam a vida por uma refeição.
Assim sou eu.Um bicho entregue aos bichos, que a morte tanto cobiça.
Agora a chuva parou.Vou catando as pontas de cigarro que alguém desperdiçou.Faço concorrência aos pombos. É hora de ir buscar o meu vício, mas a bófia anda por aí.
A chuva voltou mais forte do que nunca, como se fosse um sinal de Deus. Uma última oportunidade, que mais uma vez desperdicei.Mas Deus não está comigo.Na realidade nunca esteve...
Passaram cinco anos desde que vi o último raio de sol. À custa disso tornei me bom a matemática:aprendi a multiplicar dias e a subtrair sonhos e feita a prova dos nove aqui estou eu como há cinco anos atrás....Já nem me lembra a cor das árvores.
A certeza que tenho e que vou sair daqui e morrer num canto.Ninguém vai dar pela minha falta.A morte venceu a batalha.

2 comentários:

  1. Isto pode dar uma péssima impressão a quem não te conheça, que fica a pensar que és uma deprimida na vida, coisa que não és, mas este texto está fantástico. Tipo WOW. Parabéns pá!

    A fã n1 que recebe a 2a copia do livro que escreveres, Isa

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