Assim sou eu.Um bicho entregue aos bichos, que a morte tanto cobiça.
Agora a chuva parou.Vou catando as pontas de cigarro que alguém desperdiçou.Faço concorrência aos pombos. É hora de ir buscar o meu vício, mas a bófia anda por aí.
A chuva voltou mais forte do que nunca, como se fosse um sinal de Deus. Uma última oportunidade, que mais uma vez desperdicei.Mas Deus não está comigo.Na realidade nunca esteve...
Passaram cinco anos desde que vi o último raio de sol. À custa disso tornei me bom a matemática:aprendi a multiplicar dias e a subtrair sonhos e feita a prova dos nove aqui estou eu como há cinco anos atrás....Já nem me lembra a cor das árvores.
A certeza que tenho e que vou sair daqui e morrer num canto.Ninguém vai dar pela minha falta.A morte venceu a batalha.