Passaram se nove aniversários. Nove Natais; nove Páscoas; nove passagens de ano. Passaram se nove anos, e ninguém deu pela falta da senhora Augusta Martinho; há 9 anos morta na cozinha do seu apartamento.
Viveu só, morreu só, e assim permaneceu durante nove anos. Ao que parece (quase) ninguém deu pela falta da senhora; ninguém pensou nela; ninguém teve um sorriso para lhe ir dar, um miminho para lhe levar. Todos os que a rodeavam se comportaram como animais egocêntricos e narcisistas.
O cadáver esteve nove anos no chão da cozinha da casa onde vivia sozinha há 30 anos, na companhia de um cão. Nestes últimos nove anos uma vizinha, Aida Martins, tentou por diversas vezes alertar as autoridades para a situação e pediu mesmo para abrirem a porta do apartamento, o quarto andar direito.
Aida Martins deu por falta de Augusta Martinho em Agosto de 2002. Augusta Martinho faria 96 anos no próximo sábado. Tal como a dona, o seu cão de companhia foi encontrado morto na varanda.
Agora pergunto-me eu. Isto faz algum sentido? Isto é humano? Como é que ninguém se preocupou com o desaparecimento da senhora? Como é que ninguém sentiu a sua falta?
Acho que mais do que atribuir culpas aqui o mais importante é que este caso se torne o mais mediático possível para alertar o perigo de sociedade em que nos estamos a transformar.-(Mas fica já registado o comportamento indecente e egoísta dos GNR´s e dos vizinhos do apartamento). Onde esta a nossa moralidade; o nosso espírito de ajuda ao próximo; o que fizeram à palavra “altruísmo”? É nesta sociedade em que queremos viver? Sem escrúpulos? Onde as pessoas vivem com verdadeiros corações de pedra, onde já nada as choca?
Estou muito desapontada com a sociedade. Não é este tipo de valores que tenciono incutir aos meus filhos; nem são estes os valores que me norteiam como pessoa.
Mas se calhar é mesmo isto: andamos todos a perder o norte. É urgente que o recuperemos e que nos tornemos mais humanos e preocupados com o sofrimento alheio. É urgente que deixemos de ser imperialistas e saiamos do nosso pedestal. é urgente dar uma mão amiga a quem mais precisa, ou então o nosso fim será exactamente igual ao desta senhora que viveu e morreu sozinha sem que ninguém desse por falta dela.Acho que não é isto que qualquer um de nós deseja.
"Camaradas, a mudança urge!"
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domingo, 13 de fevereiro de 2011
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Faz falta...
Faz falta. A mensagem de bom dia, a companhia pra assistir a um filme, o coração pra 'ouvir' o nosso palpitar. Faz falta. Ficar sem fazer nada juntos. Ligar para contar e ouvir como foi o dia, o rosto no pensamento quando se ouve uma música bonita. Ligar só para cantarolar uma música por mais rouca que a voz esteja, só para combater as horas mortas. Sentir-se totalmente satisfeito (a) e farto (a) de rir juntos. Ver o por do sol juntos... e ficar acordados até ele surgir de novo no horizonte. Faz falta muita coisa. Faz a falta a companhia ao adormecer. O abraço apertado ao sorrir. A alegria do reencontro. A saudade quando se ausenta.
Mas, o que mais faz falta mesmo é o amor em si. É sentir o peito bater por alguém. É a inspiração, é aquela energia e sentido que o amor dá a vida e a tudo. Faz falta ter motivos para escrever um verso, dedicar uma canção, fazer uma declaração, fazer uma surpresa, fazer uma loucura, fazer planos juntos, escrever a história em conjunto. Faz falta amar.
Mas, o que mais faz falta mesmo é o amor em si. É sentir o peito bater por alguém. É a inspiração, é aquela energia e sentido que o amor dá a vida e a tudo. Faz falta ter motivos para escrever um verso, dedicar uma canção, fazer uma declaração, fazer uma surpresa, fazer uma loucura, fazer planos juntos, escrever a história em conjunto. Faz falta amar.
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